ONU quer mais feijões e pulses no prato 

Proposta faz parte da nova era na luta contra as mudanças climáticas e contra a fome

30/04/2024 às 11:59 atualizado por João Pedro Flores - SBA | Siga-nos no Google News
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A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) deu um passo decisivo na luta contra as mudanças climáticas ao lançar um roteiro ambicioso para transformar o setor agroalimentar em um sumidouro de carbono até 2050. O plano, divulgado em 10 áreas prioritárias, não só visa erradicar a fome, mas também direcionar o setor para um futuro sustentável e resiliente.

A urgência da iniciativa é enfatizada pela crescente evidência científica dos impactos das mudanças climáticas nos sistemas alimentares globais. Os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) destacam o papel crucial que o setor agroalimentar deve desempenhar na mitigação e adaptação às mudanças climáticas para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris.

A COP28, recentemente realizada, marcou um marco importante ao dedicar um dia inteiro à discussão sobre alimentação, água e agricultura. A assinatura da Declaração dos Emirados por 130 nações ressalta o compromisso global em integrar a agricultura nos esforços de mitigação das mudanças climáticas.

Roteiro

O roteiro divulgado pela FAO, intitulado "Alcançar o ODS2 sem ultrapassar o limite de 1,5°C: um roteiro global", identifica áreas críticas para a ação, como a pecuária, o solo e a água. O objetivo é alcançar a "Fome Zero" sem ultrapassar os limites climáticos estabelecidos pelo Acordo de Paris.

Um aspecto fundamental do roteiro é a ideia de "transição justa", que visa garantir que a transformação do setor seja equitativa e inclusiva. Isso envolve desde a redução do consumo de carne em países mais ricos até o apoio aos pequenos agricultores em países em desenvolvimento para adotar práticas agrícolas sustentáveis.

No entanto, para alcançar essas metas ambiciosas, é essencial garantir o financiamento adequado. Atualmente, apenas uma pequena parcela do financiamento climático global é direcionada para os sistemas alimentares, destacando a necessidade urgente de investimento adicional.

A FAO estima que atingir as metas estabelecidas no roteiro poderia não só reduzir significativamente o número de pessoas enfrentando a fome, mas também criar sistemas alimentares neutros em carbono até 2035.

Com este roteiro em vigor e mais detalhes a serem apresentados nas próximas cúpulas da COP, o setor agroalimentar está agora firmemente no caminho para uma transformação verde. No entanto, o apoio contínuo e o investimento significativo serão essenciais para garantir que essa visão ambiciosa se torne realidade.

Fonte: Ibrafe
 


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